PresidentA

QUEM SABE...

Quem sabe a gente está enganado, e ela vai nos surpreender.

Quem sabe ela comece pela limpeza do palácio, varrendo do Alvorada as ratazanas que lá se acomodarame procriaram durante os últimos oito anos.

Quem sabe ela renuncie a seus ideais de juventude (e quem não os teve, que atire a primeira bolinha de papel...), e desista de implantar uma ditadura socialista no Brasil.

Quem sabe ela tenha uma compreensão melhor das estruturas de poder, e consiga distinguir entre Estado, governo e partido, e também respeite os limites entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

Quem sabe ela não procure novas alianças políticas, e deixe de lado toda aquela turma de morcegos que há décadas suga o sangue dos brasileiros, procurando o apoio dos “ficha limpa”, e não dos “rabo preso”.

Quem sabe ela elimine os ministérios que foram criados apenas para abrigar companheiros que foram derrotados nas urnas, e nomeie ministros que tenham pelo menos uma idéia a respeito do campo de atividades de seu ministério, e não se limitem a usar do cargo para seus próprios objetivos políticos ou financeiros (em especial, na Casa Civil...).

Quem sabe ela não restaure a moralidade na política e na administração pública, desaparelhando o Estado, contendo o nepotismo e mantendo apenas os funcionários públicos que efetivamente prestam algum serviço à Nação.

Quem sabe ela efetivamente governe, até mesmo lendo os projetos e leis que lhe são submetidos para decisão e assinatura. E, como corolário, quando as coisas não derem certo, não afirme que assinou sem ler, ou que não sabia de coisa nenhuma.

Quem sabe ela viaje apenas quando realmente for necessário, e para países com os quais o Brasil possa ter alguma relação vantajosa.

Quem sabe ela visite e receba chefes de estado que não tenham em seu currículo crimes contra seus próprios povos, não sejam ditadores, nem fanáticos de qualquer espécie.

Quem sabe ela não proteja corruptos e aloprados, não produza nem apoie a produção de dossiês, não viole sigilos fiscais ou bancários de adversários políticos, ou de quem quer que seja.

Quem sabe ela não se vanglorie de feitos e vitórias que não são suas, não distorça e reinvente a História desse país, nem deixe de reconhecer os méritos de outros governantes, mesmo da oposição. 

Quem sabe, talvez ela nem tente sufocar a imprensa, nem jogar todas as culpas do mundo nos outros, principalmente nas “elites”, que nada mais são do que cidadãos que trabalham e pagam impostos. E por falar em impostos, quem sabe ela reduza a carga tributária escorchante, e consiga fazer mais coisas, com menos dinheiro, eliminando o desperdício e a corrupção em seu entorno.

Quem sabe ela passe mais tempo trabalhando, e menos tempo discursando.
E quando discursar, fale normalmente, pois berrar deixou de ser necessário desde que inventaram o microfone e o alto-falante.

Quem sabe ela apresente resultados, e não factóides e fantasias.

Quem sabe ela melhore a infraestrutura, portos, aeroportos e rodovias.

Quem sabe ela não consiga melhorar as condições da saúde e da educação, para que não seja necessário depender apenas de caras instituições privadas, para ter serviços minimamente decentes.

Quem sabe ela não aproveite o momento de força política e maioria no congresso, para promover uma saneadora reforma política, a revisão e eliminação de leis arcaicas, e a diminuição drástica da burocracia.

Quem sabe ela não enfrente grupelhos destrutivos que invadem propriedades, e ONGs sanguessugas que drenam recursos, e ainda acabe com o festival de impunidades desses carrapatos do Estado.

Quem sabe ela não defenda nossas fronteiras contra a entrada de armas e drogas, e construa presídios suficientes para que sejam os criminosos a viver em confinamento, e não os cidadãos.

Quem sabe ela resolva conquistar o eleitorado, em eleições futuras, pelas ações em benefício da Nação, e não pela compra de votos com verbas públicas.

Quem sabe ela não é nada disso que pensamos, muito pelo contrário.

Quem sabe ela até faça um bom governo.

Mas para isso, vai ter que ser um governo diametralmente oposto ao anterior.  

E se ela não fizer nada disso...   quem sabe...

GSL
03.10.10