sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CIRCO TIRIRICA: ainda há vagas

CIRCO TIRIRICA: ainda há vagas


De repente tão de repente, o Brasil do asfalto, descobriu que do lado de cá,  da Ordem sem o Progresso, existe analfabetos. Foi preciso emergir um pateta do seio da patuléia, fantasiado de palhaço, gaguejando e zombando da Confraria, para os "de gravata" despertar que essa parte da ralé, está fazendo mais que barulho. Certamente o Setor de Protocolo do Eleitoral estava orando, quando escorregou entre linhas, vírgulas, pontos, hífen e travessões um vocativo típico daquilo que traduz, aos ouvidos dos bacanas: Ofensa, esculhambação, Atentado à honra dos puritanos, Violação aos que se dizem banhado e lavado no sangue do Salvador, e que degrantemente enchemos a boca e pronunciamos desprestigiosamente:Tiririca.

Everardo, que incorporou este personagem, nasceu no Nordeste do Brasil, uma região onde a seca, o sofrimento, a miséria, a fome desfilam de mãos entrelaçadas, desde o reluzir da lua, até o caminhar lento, manso e leniente da morte. Precisamos lembrar que o Vice Presidente da Republica, José de Alencar, é taxado de herói, desbravador, por que mesmo contendo simplesmente o Antigo Curso Primário, montou um Imperio Empresarial no mundo têxtil. Evidentemente que este não nasceu nos rincões do Nordeste e sim, entre as deslumbrantes montanhas mineiras de tantos queijos, segredos, acordos, curvas e nunces diferentes, e mesmo não possuindo Curso Superior nenhum, os bajuladores de plantão ainda assim lhe intitulam de "dotô", e meigamente, sem nenhum constrangimento ele os atende. Uma coisa é fazer parte da patuleia, da ralé. Outra é querer compor a Confraria e manter seus vícios, ou degustar de suas vaidades tendo como recheio a desfaçatez. Neste Mambembe chamado Republica, a classe dominante Paulista, fingiu não entender os acordes das canções bocejadas pelo palhaço Tiririca, e de repente tão de repente, ao abri a cova, retiraram dela mais de Um Milhão e Trezentos Mil solicitudes, para sentar-se à mesa da Confraria, e de lá, poder escancará a sua bocarra desdentada, expor uma língua com sotaques, e exibir um andar cambaleante que acompanha os maltrapilhos, mesclada de uma inocência ímpar que não cabe na magia encantada e venerada no mundo dos políticos.
Percebendo aquele intruso inodoro, sem nome ou sobrenome tradicional a Confraria vociferou, berrou, rodopiou, foi às ruas, e proclamou à todos os ouvidos uma BOMBA: o palhaço não sabe nem ler, e nem escrever.  Um ESCANDÂLO, que certamente abalou a Tupiniquim. Para a Confraria, ter um palhaço eleito pelo voto popular é pior que tomar o Estado de Direito, pelos berros dos canhões, ou pelo silêncio frio das baionetas. Fazia-se necessário convocar os jornais, o rádio, a Televisão, enfim tudo o que entendemos por mídia, para levar às barras do tribunal, o palhaço Tiririca. Bizarro ? Hilário ? Não faço a menor idéia de como adjetivar, mas que o palhaço foi intimado a ir ao TSE, isso foi.

Também não ouso escrever palhaçada, isso ofende aqueles que fazem do riso um sentimento da arte, e um aliado do contentamento. Mas, sou obrigado lembrar que:

1 - enquanto a Confraria leva o palhaço às barras do Tribunal, supostamente, por não saber nem ler e nem escrever, o juiz Nicolau dos Santos Neto - lembram dele, o Lalau ? - está em casa sorrindo, e catalogando a sua coleção de carros importados, adquiridos com dinheiro publico, que lhe chegava às mãos para a construção do edifício do Tribunal do Trabalho, aqui em São Paulo.

2 - enquanto a Confraria leva o palhaço às barras  do Tribunal,Daniel Dantas zomba, brinca de pular corda, escolhe bancas, bancos e banqueiros, para divertir-se jogando sorrisos e petecadas.

3 - enquanto a Confraria leva o palhaço às barras do Tribunal, Roger Abedelmassih, acusado de estuprar um pouco mais de 50 mulheres, quer tem em sua folha corrida, um processo com mais de 12 mil páginas, e mais de 200 testemunhas, e foi condenado a mais 278 anos de prisão, está em casa, selecionando o peru e os melhores advogados, as castanhas, as uvas, os nozes, o vinho e tantas outras mil iguarias, para degustar na noite efuzente e iluminada do Natal e do Ano vindouro. O médico das estrelas, não abusou das mulheres do " zé dos couves", quem frequentava a sua clínica, era a classe rica brasileira, aquelas das "bufundas redondas".

4 -  enquanto a Confraria leva o palhaço às barras do Tribunal, Pimenta Neves, ex diretor do jornal O Estado de São Paulo, que assassinou Sandra Gomide, está tomando banho de sol, e reclamando do calor que importuna-lhe a vida, por que a vida de quem é analisada, e julgada pelo CPF, não pode e nem deve ter empecilhos, e nem dela ser roubada o olor das rosas ou o perfume natural do cotidiano.

5 - enquanto a Confraria arrasta o palhaço às barras do Tribunal, a família da advogada Mercia Nakasgima berra. A familia da Elisa Samudio, chora implorando pelo corpo, e assim tantas outras inúmeras mulheres anonimas, que tombaram ante a violência, e os familiares assistem o Brasil em berço explendido puxando o edredon para cobri os pés, enquanto do outro lado, as vísceras estão expostas.

A quem interessa toda essa vociferação, contra o palhaço? Quem está lucrando com isso? Tiririca é ou não é, o rascunho do que representa o Congresso Nacional? A eleição dele, pelos paulistanos, é a tradução do descrédito, da esculhambação e do faz-me-rir, que existe na Câmara dos Deputados. Qual foi mesmo o crime que ele, supostamente  cometeu? Falsidade ideológica?! E qual  perigo representa Tiririca, para a Sociedade? Não sabe nem ler, e nem escrever, responderão os grã-finos, detentores da verdade. E os doutores, desde que Cabral cá ancorou as suas naus, que ditam e impõe normas nesta Pátria Mãe Gentil, por que não lhes deram tais condições ? Será que o enredo desse Circo Tiririca, não está em jogo além da bizarrice, o preconceito deslavado que reina nesta terra aonde um filho teu não foge á luta desde o dia 22 de Abril de 1500, e tais quais os nativos, que à época embriagavam-se com espelhos,  hoje a burguesia nos cega com celulares, notebooks, e gentilmente ficamos refém, a repetir que somos tolerantes? Estamos sempre escrevendo ou dizendo que somos tolerantes, enquanto a Confraria vai estuprando os nossos direitos. No caso não o meu, que não votei nele, mas os de mais de um Milhão e Trezentos Mil Eleitores. Não é assim que nascem as cancerígenas ditaduras? Hoje o escolhido é o palhaço Tiririca. Amanhã é o meu blog, o seu, os jornais, as revistas. Por que a Confraria, não conforma-se quando não bisbilhota a vida dos outros? Imagino que o Brasil tem duas coisas mais importante a cuidar.

1 - a guerra civil, que hoje está no Rio de Janeiro, mas sabemos que ela espalha-se pelo Brasil inteiro

2 - o Sarampo, que  imaginei está erradicado, e agora aparece em algumas regiões da Pátria Amada. Palhaço ou não, Everardo foi eleito Deputado Federal por São Paulo, a maior Cidade da América Latina, com a sua peruca efuzente, com o seu sotaque que assusta a burguesia e a sua " forentina", que destoa das gravatas hermès, adquiridas lá não sei que  maneira. O Circo Tiririca, está na Cidade, ainda há vagas para promotores.

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