Mas não sei se o Deus em que eu acredito, é o mesmo Deus em que acredita o balconista, a professora, o porteiro, o bispo ou o pastor...
O Deus em que acredito não foi globalizado.
O Deus com quem converso não é uma pessoa, não é pai de ninguém. É uma idéia, uma energia, uma eminência. Não tem rosto, portanto não tem barba.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não está sempre no trono.
Não caminha, portanto não carrega um cajado.
Não está cansado, portanto não está sempre no trono.
O Deus que me acompanha vai muito além do que me mostra a Bíblia. Jamais se deixaria resumir por dez mandamentos, algumas parábolas e um pensamento que não se renova.
O meu Deus é tão superior quanto o Deus dos outros, mas sua superioridade está na compreensão das diferenças, na aceitação das fraquezas e no estímulo à felicidade.
O Deus em que acredito me ensina a guerrear conforme as armas que tenho e detecta em mim a honestidade dos atos. Não distribui culpas a granel: as minhas são umas, as do vizinho são outras. Nossa penitência é a reflexão. Para o Deus em que acredito, só vale o que se está sentindo.
O Deus em que acredito não condena o prazer.
O Deus em que acredito não me abandona, mas me exige mais do que uma flexão de joelhos e uma doação aos pobres: cobra caro pelos meus erros e não aceita promessas performáticas, como carregar uma cruz gigante nos ombros. A cruz pesa onde tem que pesar: dentro. É onde tudo acontece e este é o Deus que me acompanha: Um Deus simples. Deus que é Deus não precisa ser difícil e distante, sabe tudo e vê tudo.
Meu Deus é discreto e otimista. Não se esconde, ao contrário, aparece principalmente nas horas boas para incentivar, para me fazer sentir o quanto vale um pequeno momento grandioso: de um abraço numa amizade, uma música na hora certa, um silêncio.
O Deus que eu acredito também não inventou o pecado, ou a segregação de credo. E como ele me deu o Livre-Arbítrio, sou eu apenas que respondo e responderei pelos meus atos.
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