sábado, 9 de fevereiro de 2013

Por Que Sou Agnóstico.....







Trata-se de um pequeno trecho do Livro Por Que Sou Agnóstico, escrito por Robert G. Ingersoll.


Escrito em 1896
Herdamos a maior parte de nossas opiniões. Somos herdeiros de hábitos e costumes mentais. Nossas crenças, assim como o estilo de nossas roupas, dependem do local em que nascemos. Somos moldados e formados pelo ambiente que nos circunda.
O ambiente é um escultor — um pintor.
Se tivéssemos nascido em Constantinopla, a maioria de nós diria: “Não há qualquer Deus senão Alá, e Maomé é seu profeta”. Se nossos pais vivessem nas margens do Ganges, seríamos adoradores de Shiva, sequiosos pelo céu de Nirvana.
Por via de regra, os filhos amam seus pais, acreditam no que eles dizem e orgulham-se muito de dizer que a religião de seus pais lhes é satisfatória.
Em grande parte os indivíduos amam a paz; não gostam de desavenças com seus vizinhos; gostam de companhia; são sociais; gostam de perseguir seus objetivos acompanhados; odeiam a solidão.
Os escoceses são calvinistas porque seus pais eram. Os irlandeses são católicos porque seus pais eram. Os ingleses são episcopais porque seus pais eram. Os americanos são divididos em centenas de seitas porque seus pais eram. Esta é uma regra geral, com muitas exceções. Os filhos às vezes são superiores aos seus pais, modificam suas ideias, seus costumes, e chegam a conclusões diferentes. Mas normalmente a divergência surge de modo tão gradativo que mal se percebe, sendo comum insistirem que estão seguindo os passos dos pais.
Historiadores cristãos afirmam que a religião de uma nação algumas vezes foi repentinamente mudada, e milhões de pagãos foram transformados em cristãos sob o comando de um rei. Os filósofos não concordam com esses historiadores. Nomes foram alterados, altares foram destruídos, mas as opiniões, os costumes e as crenças permaneceram as mesmas. Um pagão, subjugado pela espada de um cristão, provavelmente mudaria sua posição religiosa; um cristão, com uma cimitarra em seu pescoço, espontaneamente se tornaria um maometano. Na realidade, por dentro, ambos continuam sendo exatamente o que eram antes.
A crença não está sujeita à vontade. Os homens pensam como precisam pensar. Crianças não creem, nem podem crer, exatamente no que lhes foi ensinado. Elas não são totalmente idênticas aos seus pais. Elas diferem em temperamento, em experiência, em capacidade, em atmosfera. Apesar de imperceptível, há uma mudança contínua. Há desenvolvimento, há crescimento consciente e inconsciente; comparando-se longos períodos de tempo, percebe-se que o velho foi quase totalmente abandonado, quase totalmente sobreposto pelo novo. O homem não é capaz de permanecer imutável. A mente não pode ser ancorada. Se não avançarmos, vamos retroceder. Se não crescermos, vamos definhar. Se não nos desenvolvermos, vamos atrofiar.





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